sexta-feira, 10 de junho de 2011

Apenas o Fim


OBS: Galerinha de 10 pessoas (contando com mamãe) que lêem o blog, como vão vocês? Hoje eu quero falar de finais de relacionamentos, eu tinha um dialogo real que ficou perdido por um tempo e resolvi remontar e acrescentar uns pequenos detalhes. Já tem quase um ano que o original foi escrito por uma pessoa bem especial pra mim, mas que por infelicidade da vida não esta mais por perto. Espero que o texto continue com qualidade, apesar deste ser quase um  texto de auto-ajuda.  Aproveitei , comentem, divulguem.


 Quarta-feira é definitivamente o “meio da semana”, como se por um dia tudo ficasse mais lento e tentasse um equilíbrio, tipo um pêndulo gigante chegando no seu médio. No entanto tudo de ruim sempre tem um lado bom, mesmo que minúsculo e insignificante. Quarta Feira é o dia de menos movimentos em quase todos os locais, shoppings, pizzarias, bares e lanchonetes, o que te possibilita horas de paz e tranqüilidade enquanto come algo e conversa com alguém.
 
 
Em um desses “meio de semana” em especial, dois amigos se encontram numa
lanchonete em especial, uma piso de madeira envelhecida na entrada e uma espécie de caramanchão. Coberto por ele, haviam oito mesas de vidro com recortes de jornais antigos na parte de baixo, cada mesa com quatro cadeiras de um desenho oval e cores variadas. Na parte de dentro ficava um grande estofado de ponta a ponta encostado na parede e grandes mesas quadradas na frente desse estofado, toda decoração era no estilo anos 60, com corres vibrantes e formas variadas, no balcão de atendimento ficavam cadeiras redondas daquelas que você podia girar distraidamente  enquanto pedia uma bebida qualquer, o tempo todo tocavam musicas no ambiente e eram sempre uma mistura de pop com rock antigo. O local não era grande mas dava uma impressão de acolhedor, na paredes ficavam discos de vinil antigos, mas bem conservados, de artistas antigos, dentro de cada banheiro havia uma foto de um cantor de rock lendário, tipo Elvis, ao lado deles tinha a historia do Jeans. A lanchonete ficava perto de uma rua movimentada, onde varios outros restaurantes e bares estavam abertos e cada um deles com um público diferente mas todos muito animados.

 
Sentados em uma das mesas  na parte externa da lanchonete estavam dois amigos, sentados de frente um pro outro, um com um olhar meio baixo e outro procurando dentro da lanchonete um garçom para atende-los. Toda semana eles marcavam uma espécie de happy hour, que tinha mais como objetivo conversar sobre tudo que acontecia com eles durante a semana ou apenas comer besteira e tomar coca cola. O amigo 1 era alto,cerca de 1,80 cm, cabelos pretos lisos e curto, olhos pretos, usava óculos, era magro e tinha uma cara da intelectual, vivia alegre e quase nunca reclamava de seus problema e vida. O amigo 2 tinha cerca de 1,70, atarracado, meio gordinho, cabelos cacheado e olhos verdes,  sempre vivia com idéias na cabeça, muitas delas deixavam ele pra baixo, inteligente e criativo.

 
Naquele dia em especial, eles saíram para discutir sobre relacionamentos, já que o amigo 2 havia terminado o namoro de dois anos. Acabado, pelo fim, ele não acreditava mais em muitas coisas que pudessem fazê-lo feliz mas seu amigo, sempre otimista, estava lá para tentar animá-lo dizendo que a vida continua e que até do infortúnio se tira algo bom.

Amigo 2 - Então, o que você acha da gente pedir aquele super hambúrguer uma Coca Cola infinita, quero sair daqui carregado. - Falou, com os cotovelo direito apoiados em cima da mesa e com o queixo em uma das mão olhando para o amigo de cabeça baixa.

Amigo 1 - Coca cola infinita? Com certeza. - Respondeu o amigo, com o olhar baixo, “futucando” o celular, na busca de algo pra distrair.

O Amigo 2, levantou o braço em direção ao garçom, que veio direto para mesa atendê-los, pediram dois dos maiores hambúrgueres com tudo q tem direito e dois copos de refrigerante, sem medo de ser feliz. No momento que o garçom foi buscar os pedidos, o Amigo 1 respirou fundo levantou a cabeça deixou o celular de lado por uns instantes e olhou fixamente para o seu amigo ali na sua frente sorrindo e disse:

Amigo 1 - Sabe aquele dito popular que diz : “A gente se fode, mas se diverte”? Acho melhor eu mudar para “A gente só se fode, mas nunca se diverte”. Só me frustro por uma diversão momentânea, igual quando você ve Harry Potter depois de ler o livro, você torce, espera, vê a propaganda, e quando acaba se frustra porque não foi 1% do que você esperava, apesar de ter sido legal. - Disse ele com uma voz melancólica.

Amigo 2 – Pensando bem, apesar de eu ter passado por relacionamentos conturbados, acho que nenhum deles foi um GRANDE fiasco amoroso, até porque eu não me arrependo de nenhum dos meus amores; eram pessoas fantásticas que me proporcionaram momentos fantásticos e repetiria cada segundo, se me fosse dada outra chance, o que nem sempre aconteceu. Por mais frustrante que tenha sido, por mais que tenha doido muito por semanas.- Ele disse isso sorrindo pra o amigo.

 
Mais uns segundos se passaram, as pessoas caminhando pela rua, conversando sobre vários assuntos diferentes, os sons se misturavam aos dos carros passando e musica dos outros restaurantes.

Amigo 1 - Cada namorada que tive, por mais complicado que tenha sido, me proporcionou um momento único, um aprendizado de como devo me portar daqui para frente. Definir o que uma menina quer nunca é algo fácil, pelo contrário, se elas mesmas não sabem, quem sou eu para dizer. - Ele olha para trás, pra ver se a coca cola já esta a caminho.


Amigo 2 - Sempre que terminamos, nos sentimos sozinhos, percebemos que nossa rotina era modificada para que você ficasse mais perto da pessoa, por mais tempo.
O que dá a falsa impressão de que nosso mundo girava em torno daquela pessoa, o que não é verdade.

Amigo 1 – Sim, fomos nós que nos dispomos a tê-la perto de nós o maior tempo possível. Isso não quer dizer que na nossa cabeça, não passe um pequeno filme dizendo que tudo que fizemos foi em vão. Parece que só a gente é tão diferente que ninguém tenta manter ou consertar tudo pra ficar com agente. - pensou ele triste - Vejo muitos casais por ai que o cara ou a menina trai, bagunça, xinga , briga e uma semana depois estão junto - Ele baixa a cabeça novamente triste por aquele pensamento.

Amigo 2 - E demora um tempo até os olhos voltarem a enxergar que não é porque acabou, que o mundo passou a se mover diferente. Ele sempre esteve ali, seguindo seu curso, e você aqui, parado como um bobo, deixando o tempo passar. É nessa hora que eu abro meu sorriso verdadeiro, pois descubro que ainda posso voltar a procurar alguém para me entregar de novo. - Ele dá um tapinha no ombro do amigo.

 
Nessa hora o garçom volta para mesa e o silêncio toma conta dos dois, o barulhos das pessoas nas mesas ao lado, o sorrisos descontraídos das conversas, chamou a atenção dos amigos por uns minutos. O garçom deixa dois copos de coca-cola bem gelado na mesa, ambos abrem um sorriso meio sem graça e dão uma profunda golada em suas bebidas.

Amigo 2  - Eu sei que você vai ficar na sua mentindo o sentimento para tentar esquecer - disse o amigo quase engasgando com o gole de refrigerante gelado -  perda de memória recente é a sua melhor desculpa. Hoje eu tenho um certo receio de sofrer, tiveram varias vezes que deixei oportunidades passarem, pois sabia que iria me apaixonar pela pessoa. Talvez tenha sido melhor na época, acho que não teria dado tudo de mim, ia ser frustrante saber que não fui o melhor que pude, mas, hoje, se a oportunidade voltar a aparecer, pretendo não desperdiçá-la.

Uma risada saiu dos lábios do amigo 1 ele sabia que sempre era dessa forma que ele deixava os problemas de lado, tentava esquecer como uma amnésia proposital, o que nem sempre da certo.

Amigo 1 - Eu sempre digo que não vou tentar, não quero saber de mais ninguém, mas no fim das contas aparece alguém interessante na sua vida. - enquanto ele falava mexia com o dedo nos talheres que estavam na mesa -  Até hoje eu tentei não ir contra o que decido, mas nunca acerto e só me dou mal. Vamos parar com esse papo deprê. Se é o fim do mundo, “borá” construir outro Big Bang e reorganizar o universo - Ele levanta animado sua Mao e da um grito para o garçom -  TRAZ OUTRA COCA COLA!

Amigos 2 - Eu tenho o privilégio de ter um bom relacionamento com todas as minhas “ex-namoradas”, e mais: de ser amigo de muitas delas. Fico feliz em tê-las por perto, elas ainda são pessoas muito especiais.

Amigo 1 - Sabe cara, eu sempre tive problemas com minhas ex´s. Terminava com raiva por tudo ter acabado, depois as via felizes e eu na fossa como sempre. Por que? Percebi, depois de conhecer você, que eu posso mudar meu jeito, tentar tê-las como amigas pode ser melhor; se você consegue, eu acho que também consigo, apesar de ser mais doloroso do que eu pensava. Relacionamentos são feitos de duas partes. Se você tem certeza que fez sua parte, então seja feliz.

Amigo 2 – eu sei que não é fácil, dói no começo, mas as gargalhadas que vêm depois compensam, EU GARANTO.

Amigo 1 - O complicado é que você sabe que podia ter sido mais, só que se você não está disposto a crescer junto, não há mais porque alimentar nada. Amor ainda existe, pelo menos para mim, mas agora é hora de transformar tudo em uma bela amizade. Mas sabe o que é o pior do fim de um relacionamento? É o que diz na música “1º de Julho”, que você disse não parar de pensar e eu concordo com você nessa parte: “Eu vejo que aprendi, o quanto te ensinei, e é nos teus braços que ele vai saber”... isso é realmente sofrido, saber que tudo que vocês aprenderam juntos vai ser usado agora com outra pessoa.

Amigo 2 - EXATO, não se pode deixar que o sofrimento de um final se apague a felicidade dos momentos vividos. Lembre-se de como você foi feliz, de como a pessoa te fez bem... e procure alguém que te faça mais feliz ainda e não desista até encontrar, a vida sempre segue.

Amigo 1 - Transforme suas individualidades em crescimento mútuo!


 
A noite continuou, não até muito tarde, depois de animar o amigo, os dois conversaram mais algumas coisas, e o assunto foi sumindo. Eles comeram e beberam muito refrigerante, quase não dava pra levantar da cadeira depois.
 
As vidas continuaram e muitas vezes depois eles voltaram aquele lugar sempre em suas quartas feiras de happy Hour.

Revisão: Mirela Musso

quinta-feira, 28 de abril de 2011

OPUS


 OBS: Olá amigos que sempre passam aqui para ler meu Blog e que gostaram das primeiras estórias. Sei que muitos queriam a continuação do “Seja Feliz e passar Bem”, mas decidi colocar um texto menor e mais leve, pra dar uma relaxada nas nossas cabeças depois desse turbilhão de emoção que foi o ultimo post. Esta é uma estória antiga que escrevi tem uns 5 anos. É bem simples, mas gosto muito dela, espero que gostem e comentem e passem pros amigos.
 
Opus

     Um dia normal no paraíso. Tudo estava na mais perfeita plenitude de Deus, os anjos cantavam, as almas caminhavam em ruas de ouro, uma linda fonte jorrava águas cristalinas, o céu era como uma pintura onde as nuvens apenas existiam como uma alegoria simples. Deus estava em seu lugar preferido, uma grande sala incrivelmente branca e com uma quantidade enorme de barro. Era como se não existissem janelas na sala, de um lado, Deus tinha uma visão completa do paraíso, onde conseguia acompanhar tudo – o que seus anjos faziam, pra onde iam, com cada pessoa e o que eles falavam – , do outro lado da sala ele poderia olhar para a mais bela de suas criações, que tinha orgulho e prazer de dizer que era Sua Querida Terra. Por todo o espaço ficavam projetadas várias mesas, sobre elas existam pequenos montes de barro ainda sem forma completa, somente o que pareciam ser pernas e braços. O todo poderoso passava horas moldando e dando seu "sopro de vida"  e aqueles seres que em pouco tempo iriam ser chamados de homens. Enquanto olhava a terra, suas criações vagavam pelo planeta, vivendo suas vidas, cuidando de suas famílias, estudando, sendo capazes, em sua maioria, de evoluir a cada geração.

- Como pode um ser conseguir ser tão diferente um do outro saindo do mesmo sopro, alguns prosperavam pelo bem, outros destruindo tudo a sua volta, fazendo seus irmãos sofrerem - pensou ELE.

Naquele momento de reflexão sobre sua criação, em suas mãos haviam dois moldes pequenos como os outros, mas Deus já estava á um bom tempo trabalhando neles, passava suas mãos, sobre o barro, voltava a forma original, refazia tudo novamente. Parecia que seus pensamentos eram refletidos em cada toque.

 - Quantos seres já foram a terra para seguirem suas vidas e buscarem as respostas para as perguntas mais simples, sendo que elas estão dentro de si próprios.

Mas Deus nunca interferiu, pois havia dado a eles um dos mais sublimes dons, o livre arbítrio. Dom esse que nem os anjos tinham direito.
Ao tocar aquele molde quase pronto o todo poderoso teve uma idéia:

- Existem tantos moldes aqui e cada um com uma vida independente, vivendo de forma desordenada só pensando em si mesmo, quem sabe se eu fizesse dois serem vindo do mesmo molde, homem e mulher, para que isso mude ao menos uma vez - a idéia alegrou imensamente a Deus.

Quase no fim do seu trabalho, depois de séculos trabalhando naqueles moldes e antes do sopro de vida ELE disse:

- Vocês são fruto do mesmo barro, os dois serão separados e viverão vidas distintas. Porem com muitos detalhes em comum, terão as mesmas experiências dolorosas, viverão momentos felizes quase com a mesma intensidade, até que um dia se encontraram e sentiram que suas vidas estão unidas por uma força estranha e inexplicável, mesmo assim nada será imediato, mas no fim saberão que são a mesma coisa. Sendo assim mandarei o menino primeiro, para que seja mais forte e proteja sua metade no futuro, essa diferença de idade no futuro não será notada por nenhuma das partes.

Antes de mandar o menino, o Todo Poderoso pensou bem de que família ele nasceria, em sua janela enorme que dava para Terra apareceram varias famílias, em seus momentos mais íntimos e corriqueiros. Deus olhava atentamente para uma delas, passando sua mão sobre seu rosto inexistente ele tentava escolher a melhor alternativa para seu escolhido. Do lado de cada pessoa e família aparecia as possibilidades infinitas da vida de garoto, desde o nascimento ate a morte. Então enquanto olhava aquilo, uma mulher chamou sua atenção, parecia estar trabalhando em uma casa de família; ela era jovem, cabelos pretos e ondulados, morena, mais ou menos 1,60 de altura, magra e com um belo sorriso no rosto.
Aquela jovem já chamara atenção de Deus algumas vezes. Sua família rígida e religiosa, privou ela das complicações do mundo. Sua mãe morreu quando ela ainda era pequena, isso atrapalhou um pouco sua concepção de mãe, mas ela mesmo assim mantinha uma consciência materna, cuidando de seus irmãos pequenos. Agora com seus 20 anos ela estava fora de casa trabalhando a maior parte do tempo, na outra parte do seu tempo ela procurava sair e conhecer gente nova. Em uma noite qualquer ela conheceu um rapaz, e os dois começaram a namorar, nada muito apaixonante, mas ela gostava dele.
Ao ver que ela estava caminhando em uma direção duvidosa , bem na hora que Deus estava fixado em suas imagens:

- Já que esta historia tem de ser diferente, vamos começar pela mãe desse garoto.


Deus então fez quem o menino nascesse dessa mulher, assim que ela terminou seu namoro de 2 anos descobriu que estava grávida, no começo ela ficou apavorada com o que poderia acontecer, seu pai, amigos e uma parte de sua família simplesmente abandonou a jovem, mas ela não desistiu do garoto cuidando dele como um presente de Deus e lhe ensinando a dar valor das coisas simples da vida. Com o garoto, Deus colocou seus anjos, pois ele era um de seus escolhidos e sabia que por sua alma ser frágil ele necessitaria de proteção, assim como sua mãe a qual ELE amava muito e não queria que eles fossem engolidos e destruídos pelo mundo que os cercava.
Alguns anos se passaram e Deus enviou a menina, tendo mais tempo de pensar e observando o que fez com o menino, escolheu para ela uma família completa de origem semelhante as do homem, mas com uma condição de vida estável, que possibilitou que tivesse uma vida mais tranqüila. Sua mãe foi criada também dentro de conceitos religiosos, que fez com que ela acreditasse em um poder maior que mandava em todo o universo, uma mulher forte que buscava sempre se manter sem precisar de outras pessoas, ela também conheceu um homem e deu origem a sua filha, que nasceu sobre um olhar feliz e querido.
Ambos cresceram sobre os olhares de Deus e os cuidados dos anjos, o menino desde pequeno sentia que era diferente. Em sua infância o garoto conseguia se divertir, mesmo com as coisas mais simples, nunca reclamava das horas longe da mãe, que trabalhava muito. O menino brincava com todos, em qualquer lugar, ficava imaginado que o mundo era criando a sua volta toda vez que ele viajava para algum lugar. Na adolescência começou a ter problema com ele mesmo, tentava sempre buscar a solução dos seus problemas sozinho, constantemente tentava sobre sair frente aos seus amigos, mas não conseguia, sempre era deixado de lado. A partir daí, procurou criar seu próprio mundo onde ele poderia ser o que quisesse, começou assim a se desenvolver mentalmente, como conseqüência ele evoluiu mais rápido que seus amigos mais próximos.
O menino agora mais crescido, refletia sobre sua vida e tudo que vivera até ali, então percebeu o motivo pelo qual sofreu tanto. Olhando seus amigos antigos, que eram populares e festeiros, percebeu como eles estavam estacionados no tempo, sem perspectiva de futuro, enquanto ele estava se preocupando em crescer em ser alguém, se ele tivesse entrado naquele mundo também estaria como eles, “para tudo nessa vida há um motivo”, pensou ele..

 A menina estudou nas melhores escolas, teve uma infância feliz com sua família. Na adolescência, aprendeu a lidar com a separação dos seus pais. De alguma forma isso mudou um pouco o rumo de sua vida, mas mesmo depois de muitas frustrações. Algo sempre lhe faltava, procurava de todas as formas completar esse vazio, mas nada funcionava por completo, por muitas vezes ela insistia em se afastar do seu caminho original, a impaciência não a deixava  ouvir uma voz que dizia, bem no fundo de sua cabeça, “Espere só mais um pouco ele está chegando, fique atenta”. Continuou crescendo cheia de histórias para contar, envolvida eloqüentemente no mundo que a cercava.
Deus olhava tudo do firmamento e dava uma risada, pensando em como eles iriam se sentir quando soubesse que a falta que eles sentiam e simplesmente sua matéria chamando pelo outro. Eles tiveram relacionamentos com outras pessoas, no entanto não era de todo completo, no começo tudo era bom, como em todo começo de namoro, mas depois de um tempo sempre aparecia alguma coisa e fazia o encanto acabar e tudo voltava como era antes, ficavam sozinhos e achando que o problema era deles e que não mereciam viver um grande amor como todo o resto do mundo.
Anos se passaram e eles agora estavam com suas mentes centradas em coisas mais concretas como os estudos e ser um adulto, longe das asas de seus pais. Aproveitando essa oportunidade Deus fez com que o menino mudasse de cidade para começar a estudar, foi assim que ele conheceu novas pessoas e começou a mudar de vida completamente. No começo tudo era difícil, a distância da família deixava o menino por muita vezes triste, que tentava não pensar nisso a todo instante.. Bem longe dali a menina começava seus estudos e em um dia sem querer conversando despercebido conhece uma pessoa e com ela começa uma amizade forte, após longas horas de conversa, eles trocam telefone.   Os dois conversam pela primeira vez naquele dia, mas no inicio não houve interesse,afinal eles estão apenas se conhecendo. Mesmo assim contrariando todas as possibilidades, após muita conversa resolveram  tentar sair para uma conversa, foram ate um pequeno café perto da casa dela, era um lugar pequeno com uma decoração de marrom, variando do claro ate o escuro, o cheiro de café era deliciosamente forte, tinham pequenos sofás onde as pessoas sentavam e conversavam alegremente, no canto da parede tinha uma pequena estante com livros variados para que os clientes pudessem tomar uma deliciosa chicara de café lendo algo interessante. Neste ponto eles se sentaram e começaram a ler um livro, que os acabaram de descobrir que gostavam, com isso os dois perceberam que tinha muito mais em comum que o normal. Deus, em seu grandioso trono de ouro na eternidade ria ao lado de milhares de anjos que cantavam em honra de sua grande idéia pensando: “eles não sabem de sua origem, e nem que pertencem um ao outro”.

Horas se passaram e eles nem perceberam, enquanto comiam uma torta ele reparara que tem um pedaço de doce no canto da sua boca:

- Fica parada que tem uma coisa aqui na sua boca – ele toca seu rosto e sente que seu rosto fica quente.

No momento em que ele toca no rosto dela, os dois sentem seus corpos formigando e ele mesmo sem perceber a puxa pra perto com uma agilidade que nem mesmo sabia que tinha. Finalmente se beijam, foi como uma explosão imensa de prazer, em uma caixinha de bombom, na manhã de um sábado ensolarado.
Todos nós queremos saber o que acontece depois, a única coisa que temos certeza é que muitas dificuldades ainda os esperam, como em qualquer relacionamento e vida á dois, mesmo eles sendo feitos da mesma coisa nada faria eles fugirem disso e agora eles sabiam que todo o sofrimento, namoros mal sucedidos era simplesmente Deus preparando os dois para um amor de verdade.
 Deus declarou festa no paraíso, os anjos voavam felizes e cantavam músicas em homenagem a grande OPUS de seu mestre. Alegria de Deus era tão grande que ele pensava em fazer mais iguais á eles, antes ELE lembrou aos dois no dia do nascimento do seu primeiro filho: “Eu lhes dei uma benção, a vida, e nela está guardada um amor sem igual e a partir de agora vocês terão de cuidar desse amor, e eu ainda estarei olhando vocês para que as minhas criações continuem unidas como uma só forma”

Começo da continuidade.


Luiz Paulo Marçal - entre 2003 e 2007 

Revisão: Lola Martins

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Seja feliz e passar bem!


OI pra você que leu a primeira estória que escrevi.

Hoje apresentarei outro conto pra vocês, uma ficção tem como base duas músicas do músico e compositor Chico Buarque, “Olhos nos Olhos” e “A mais Bonita”. Após ver uma pequena parte do documentário, lançado em 2005, sobre a trajetória de Chico desde 1960. Meu dedo ficou coçando para escrever algo sobre o que essas músicas contam.
Toda música tem um certo poder educativo; para o leitor que gosta, vale a pena ter em casa os dvd´s com o documentário de nome “Chico Buarque a Serie”. Se não conhece muito sobre Chico, corre na locadora perto da sua casa e aluga, depois me conta se você não se apaixonou pela descrição da natureza humana de forma tão vivida e realista. Ah! Tem um filme,também, chamado “Budapeste” que foi baseado em um livro homônimo.

Aproveite a narrativa.

Seja Feliz e Passar bem

Mês de Maio. Estamos em pleno outono e as ruas de asfalto preto estavam repletas de folhas de várias cores, algumas amarelas, outras verdes, mas muitas com uma cor desbotada. Apesar do frio o sol iluminava, usando o máximo de sua força, naquela ruazinha cheia de casas coloridas no estilo colonial, com cercas vivas crescendo, com árvores por todo seguimento, quase que em frente a cada casa, o que dava a rua um ar aconchegante e familiar.
  Quase no fim da rua, na penúltima casa para ser exato, com um gramado que ia da calçada até a escadinha da varanda, onde havia um jardim com uma pequena casa de cachorro, o  mascote da família; um balanço de madeira vermelho com uma caixa de areia em baixo. A casa tinha dois andares, a frente e as laterais eram douradas, no segundo andar ficavam os quartos com grandes janelas viradas para rua.
Neste lugar morava ELA com seus 26 anos de idade, um metro e setenta de altura, cabelos pretos com cachos cheios, olhos castanhos, quase mel, com pontinhos coloridos. Corpo magro, porém, com belas curvas; sua pele branca combinava bem com o contraste do seus lábios carnudos e vermelhos que pareciam estar em carne viva. Estava acabando sua faculdade de Biologia, sua paixão, era professora substituta de seus professores na faculdade e dava algumas aulas particulares para alunos do segundo grau.
A direita de sua casa morava uma senhora de uns 70 anos, vivia sozinha com seus três gatos e dois cachorros que ela tratava como filhos, passava o dia conversando e alimentando-os. Apesar de seus cabelos brancos ela não aparentava a idade que tinha, mas olhando sua postura e jeito de falar deixava claro que ela já havia vivido muita coisa e sua sabedoria era grande. Na casa da esquerda morava um casal recém-casado. Todo dia pela manhã ELA ia até a janela olhar o marido, que sempre se despedia da mulher com um abraço demorado e um beijo carinhoso.

- Logo será minha vez de ser feliz assim. – disse ELA com sorriso e seu rosto ficou vermelho.

ELA namorava há dois anos e estava a um ano e meio noiva do seu rapaz perfeito -  tinha 1,80 de altura, magro, com corpo bem trabalhado, educado, simpático. Era médico e trabalhava em um grande hospital da cidade. Toda vez que as pessoas viam os dois juntos, diziam que podiam ver a felicidade nos olhos de ambos e que eles seriam felizes para sempre com uma família cheia de amor e carinho.

No dia em que ELE á pediu em casamento deu a ELA um apartamento no centro da cidade, como presente de casamento adiantando e disse olhando no fundo dos seus olhos:

- Eu quero morar em lugar “cheio” de você, com seu toque e seu cheiro em cada pedaço da casa. Quero poder sentir você, mesmo quando não estiver em casa. – disse ELE em seu ouvido depois de envolver-la com seus braços grandes e protetores.

Cada vez que ELE á abraçava ela sentia como se o chão não existisse, em qualquer lugar que isso acontecesse, mesmo que fosse em um local com milhares de pessoas, era como que o segundo parasse e ela só ouvisse a sua voz e som dos beijos apaixonados. A sensação que ela tinha quando suas bocas se tocavam era que seu coração parava um instante, como se o sangue perdesse o rumo dentro de corpo, confuso na emoção. Suas pernas ficavam moles quando ELE a puxava pra perto segurando sua nuca com uma das mãos e com a outra suavemente segurava em sua cintura.
 Faltando apenas duas semanas para sonhado casamento, ELA estava em seu quarto de janelas grandes, com um interior tipicamente de meninas, armários com várias bonecas que ela ganhara quando criança. No outro canto da parede uma estante recheada de livros, uma cama de solteiro no meio do quarto com um edredom bastante confortável na sua cor preferida ,o verde; uma escrivaninha, onde estava seu computador com algumas páginas de pesquisa abertas e uma mensagem de sua amiga pra que não esquecesse da sua festa de formatura naquela noite.
As cortinas estavam parcialmente fechadas, mas um pouco da luz de fim do dia ainda passava pela janela, ela estava se preparando para um bom banho antes do tradicional “momento de mulher”, escolher a maquiagem, ela mesma preferia arrumar seus cabelos, adorava seus cachos, qualquer penteado ficava perfeito naqueles cabelos pretos cheios e longos. Naquele momento seu telefone tocou e a imagem que apareceu era de seu noivo e junto um toque uma música que significava muito para os dois. Ela que já estava no banheiro, voltou correndo e deu pulo na cama no mesmo momento que pegava o telefone no criado-mudo, onde ficava um abajur e seu despertador antigo.

- Oi amor, eu estava indo tomar um banho antes da festa de formatura. Mas pode dizer, ainda tenho tempo – disse ela com sua voz doce.

- Será que posso passar na sua casa antes de você sair? – Perguntou ELE com uma voz pesada.

- Claro, mas você ta bem? Sua voz esta um pouco estranha, aconteceu alguma coisa com sua mãe?

A mãe dele era uma jovem senhora que sofria de transtornos psicologicos, tinha seus altos e baixos, a ponto de preocupar até mesmo seu psiquiatra.

- Não, não. Mamãe tá ótima. Preciso somente conversar com você URGENTE! – Disse ele dando ênfase na última parte e um sorriso sem graça.

ELA já que estava se levantando, sentou na cama e continuou:

- Tudo bem, eu vou tomar o meu banho quanto você chega. Te amo coração.

ELE desligou sem mesmo dizer tchau. ELA desligou o telefone e olhou para o computador ainda com a mensagem da sua amiga sobre a festa e pensa o que poderia ter acontecido para ele ficar assim tão sério, do nada. Tentou lembrar das últimas semanas, últimas conversas, nada vinha em sua cabeça. Então, ELA levantou e pensou “Ah não deve ser nada, vou tentar pensar em algo bom, ele deve ta querendo brincar comigo”. Levantou da cama e foi correndo para seu banho relaxante e dar tempo de pelo menos ajeitar seu cabelo e uma maquiagem leve antes que seu príncipe chegue.
Quando saiu do banheiro, enrolada na toalha, ELE estava sentando na cama, com um rosto triste e a batido, mexendo em seu telefone. ELA surpresa, andou rápido e deu um abraço forte nele, mas não recebeu reação em troca.

- Temos de conversar – Disse ELE de forma seca e rápida.

- Tá bem amor, deixa só eu ...

ELE se levantou da cama, colocou o celular no bolso e foi andando até a janela de um jeito nervoso e sem se preocupar com o que ela ai dizer.

- Eu não sei como dizer isso, já pensei mil e uma formas. A verdade que, já estou cansado de tudo isso, estou me sentido pesado com todo nosso relacionamento, não me sinto mais feliz, não tenho vontade de sorrir, de sair com você e seus amigos de te entender. Por mais que isso seja algo idiota de dizer, mas o problema sou eu.

Cada palavra que seu amado dizia, era com uma faca entrando em seu peito, suas pernas e seu corpo foram curvando-se até ela sentar em seu “puf” de cor azul que ficava do lado da cama.

 - Aonde você quer chegar com isso? Sei que temos nossos problemas, como qualquer outro casal, mais nos amamos isso que importa – disse ELA com a cabeça baixa e o rosto incrédulo.

- Tenho outra pessoa – disse ELE ainda olhando pela janela. Algumas crianças andavam de bicicleta pela rua.

- Você o que? Você disse que tem outra pessoa? Desde quando isso aconteceu? Não posso acreditar no que estou ouvindo, minha vida sempre foi sua. Como você tem a coragem de me trair assim dessa maneira, e me dizer “te amo” todos os dias. – Sua voz saia com uma força incrível para seu pequeno tamanho.

ELE andou rapidamente em sua direção, ajoelhou a sua frente segurou seus ombros de forma que ELA o encarasse, seus olhos estavam vermelhos e cheios de água. ELE falou com ELA em voz calma.

- Eu te amei, mais que a mim mesmo durante todos esses anos, mas tudo se tornou um peso, não quero te ver sofrer, mas queria que você soubesse por mim que estou amando outra pessoa. Ela tem sido tudo aquilo que você deixou de ser para mim. Não vou pedir que não me odeie, por que eu mesmo já estou me odiando por dizer isso com tanta frieza. Vou embora, não quero piorar mais ainda o jeito que você está.

ELE se levantou, olhou-a sentada, a luz de um carro passa pela janela, e reflete na parede a sombra de dois seres de cabeça baixa, uma sombra escura e sem vida.


- Espero que você me entenda um dia, seja feliz e passar bem.

Autor: Luiz Paulo Marçal - 20/02/2011
Revisão: Lorrany Martins

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Anoiteceu



NOTA: OI pra você que ta lendo. Eu ia escrever uma coisa diferente para o primeiro Post, mas achei esse texto perdido em me computador. Achei mais legal Publicar ele.  Sei que vão gostar.


Anoiteceu


     Uma madrugada fria corre silenciosa e algumas pessoas dormem cansadas de uma semana dura de trabalho, outras casas estão vazias, afinal são quatro da manhã e para muitos a diversão noturna só esta começando.

      Em um condomínio de prédios, todos parecidos uns com os outros e de aspectos simples, existia um quarto de tamanho médio, limpo, com uma prateleira de madeira com livros variados: um pouco de história, algumas biografias, Best Seller, muitos filmes que mostravam que o dono gostava da sétima arte. Séries e boxes de filmes corriam de ponta a ponta do armário que ficava a uma altura onde qualquer pessoa que entrasse pela porta do seu quarto via todos os títulos separados em ordem de estilo. Um grande armário como uma mesa também feita de madeira, nela era possível estudar e guardar algumas coisas em uma das oito gavetas que existiam nessa espécie de escrivaninha. Sobre ela permanecia imóvel sua TV gigante, alguns cadernos de anotação, revistas cientificas e pequenos bonecos que ganhou de seus amigos.

      O quarto tem uma cama de solteiro, a única coisa que ocupa a maior parte do quarto, um guarda-roupa embutido de cor marrom, onde ele guarda seu “bebe azul”, um violino elétrico que ele parou de tocar por que não tem tempo para se dedicar.

      Naquela cama de solteiro, repousavam dois corpos, despidos de suas roupas e de qualquer fôlego que poderia ter existido em seus pulmões. O corpo dela ofegante, levemente avermelhado pelo calor do momento, pequeno e magro, suas curvas mudavam de forma quando ela respirava, seus cabelos longos e escuros corriam sobre o travesseiro com fronha vermelha. O corpo dele tomado com um brilho que vinha do contato da luz da rua e seu suor sua pele que parecia macia e tinha um cheiro amadeirado que dava um conforto estranho quando ela o abraçava e respirava perto de seu pescoço.

      Ele tinha acabado de dizer que a amava, bem na hora do seu prazer mais intenso, a frase ficou na cabeça dela. Pelos segundos após o que havia acontecido e enquanto ela recobrava seu fôlego, suas pernas ainda estavam entrelaçadas as dele, trêmulas e dormentes. A  sensação era que seus corpos flutuavam.

     Ela percebeu que ele estava quase adormecendo em seus abraços, ficou feliz por ver que ele estava tão calmo e por ter ouvido essas palavras bem depois dessa noite tão linda e romântica. Uma música calma tocando no som do quarto, ela ouve pingos de chuva lá fora, quando percebe que aquela única projeção de luz entrando pela janela com persianas brancas repousava exatamente sobre rosto de seu amado, ela sorri em quanto acaricia as sobrancelhas escuras desenhadas dele e desce o dedo sobre seu rosto, como se quisesse gravar em sua mente cada detalhe de sua face, para que depois ela pudesse reviver cada segundo.

    - Parece um anjo com toda essa paz e ele agora é só meu. – pensou ela feliz por ele existir e pertencer somente a ela.


Luiz Paulo Marçal – 8 de junho de 2010