sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Anoiteceu



NOTA: OI pra você que ta lendo. Eu ia escrever uma coisa diferente para o primeiro Post, mas achei esse texto perdido em me computador. Achei mais legal Publicar ele.  Sei que vão gostar.


Anoiteceu


     Uma madrugada fria corre silenciosa e algumas pessoas dormem cansadas de uma semana dura de trabalho, outras casas estão vazias, afinal são quatro da manhã e para muitos a diversão noturna só esta começando.

      Em um condomínio de prédios, todos parecidos uns com os outros e de aspectos simples, existia um quarto de tamanho médio, limpo, com uma prateleira de madeira com livros variados: um pouco de história, algumas biografias, Best Seller, muitos filmes que mostravam que o dono gostava da sétima arte. Séries e boxes de filmes corriam de ponta a ponta do armário que ficava a uma altura onde qualquer pessoa que entrasse pela porta do seu quarto via todos os títulos separados em ordem de estilo. Um grande armário como uma mesa também feita de madeira, nela era possível estudar e guardar algumas coisas em uma das oito gavetas que existiam nessa espécie de escrivaninha. Sobre ela permanecia imóvel sua TV gigante, alguns cadernos de anotação, revistas cientificas e pequenos bonecos que ganhou de seus amigos.

      O quarto tem uma cama de solteiro, a única coisa que ocupa a maior parte do quarto, um guarda-roupa embutido de cor marrom, onde ele guarda seu “bebe azul”, um violino elétrico que ele parou de tocar por que não tem tempo para se dedicar.

      Naquela cama de solteiro, repousavam dois corpos, despidos de suas roupas e de qualquer fôlego que poderia ter existido em seus pulmões. O corpo dela ofegante, levemente avermelhado pelo calor do momento, pequeno e magro, suas curvas mudavam de forma quando ela respirava, seus cabelos longos e escuros corriam sobre o travesseiro com fronha vermelha. O corpo dele tomado com um brilho que vinha do contato da luz da rua e seu suor sua pele que parecia macia e tinha um cheiro amadeirado que dava um conforto estranho quando ela o abraçava e respirava perto de seu pescoço.

      Ele tinha acabado de dizer que a amava, bem na hora do seu prazer mais intenso, a frase ficou na cabeça dela. Pelos segundos após o que havia acontecido e enquanto ela recobrava seu fôlego, suas pernas ainda estavam entrelaçadas as dele, trêmulas e dormentes. A  sensação era que seus corpos flutuavam.

     Ela percebeu que ele estava quase adormecendo em seus abraços, ficou feliz por ver que ele estava tão calmo e por ter ouvido essas palavras bem depois dessa noite tão linda e romântica. Uma música calma tocando no som do quarto, ela ouve pingos de chuva lá fora, quando percebe que aquela única projeção de luz entrando pela janela com persianas brancas repousava exatamente sobre rosto de seu amado, ela sorri em quanto acaricia as sobrancelhas escuras desenhadas dele e desce o dedo sobre seu rosto, como se quisesse gravar em sua mente cada detalhe de sua face, para que depois ela pudesse reviver cada segundo.

    - Parece um anjo com toda essa paz e ele agora é só meu. – pensou ela feliz por ele existir e pertencer somente a ela.


Luiz Paulo Marçal – 8 de junho de 2010

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