NOTA: OI pra você que ta lendo. Eu ia escrever uma coisa diferente para o primeiro Post, mas achei esse texto perdido em me computador. Achei mais legal Publicar ele. Sei que vão gostar.
Anoiteceu
Uma madrugada fria corre silenciosa e
algumas pessoas dormem cansadas de uma semana dura de trabalho, outras casas
estão vazias, afinal são quatro da manhã e para muitos a diversão noturna só
esta começando.
Em um condomínio de prédios, todos
parecidos uns com os outros e de aspectos simples, existia um quarto de tamanho
médio, limpo, com uma prateleira de madeira com livros variados: um pouco de
história, algumas biografias, Best Seller, muitos filmes que mostravam que o
dono gostava da sétima arte. Séries e boxes de filmes corriam de ponta a ponta
do armário que ficava a uma altura onde qualquer pessoa que entrasse pela porta
do seu quarto via todos os títulos separados em ordem de estilo. Um grande armário
como uma mesa também feita de madeira, nela era possível estudar e guardar
algumas coisas em uma das oito gavetas que existiam nessa espécie de
escrivaninha. Sobre ela permanecia imóvel sua TV gigante, alguns cadernos de
anotação, revistas cientificas e pequenos bonecos que ganhou de seus amigos.
O quarto tem uma cama de solteiro, a
única coisa que ocupa a maior parte do quarto, um guarda-roupa embutido de cor marrom,
onde ele guarda seu “bebe azul”, um violino elétrico que ele parou de tocar por
que não tem tempo para se dedicar.
Naquela cama de solteiro, repousavam dois
corpos, despidos de suas roupas e de qualquer fôlego que poderia ter existido
em seus pulmões. O corpo dela ofegante, levemente avermelhado pelo calor do
momento, pequeno e magro, suas curvas mudavam de forma quando ela respirava,
seus cabelos longos e escuros corriam sobre o travesseiro com fronha vermelha.
O corpo dele tomado com um brilho que vinha do contato da luz da rua e seu suor
sua pele que parecia macia e tinha um cheiro amadeirado que dava um conforto
estranho quando ela o abraçava e respirava perto de seu pescoço.
Ele tinha acabado de dizer que a amava,
bem na hora do seu prazer mais intenso, a frase ficou na cabeça dela. Pelos
segundos após o que havia acontecido e enquanto ela recobrava seu fôlego, suas
pernas ainda estavam entrelaçadas as dele, trêmulas e dormentes. A sensação era que seus corpos flutuavam.
Ela percebeu que ele estava quase
adormecendo em seus abraços, ficou feliz por ver que ele estava tão calmo e por
ter ouvido essas palavras bem depois dessa noite tão linda e romântica. Uma
música calma tocando no som do quarto, ela ouve pingos de chuva lá fora, quando
percebe que aquela única projeção de luz entrando pela janela com persianas
brancas repousava exatamente sobre rosto de seu amado, ela sorri em quanto
acaricia as sobrancelhas escuras desenhadas dele e desce o dedo sobre seu
rosto, como se quisesse gravar em sua mente cada detalhe de sua face, para que
depois ela pudesse reviver cada segundo.
- Parece um anjo com toda essa paz e ele
agora é só meu. – pensou ela feliz por ele existir e pertencer somente a ela.
Luiz
Paulo Marçal – 8 de junho de 2010